24 de jul. de 2007

Emagrecer de forma saudável

Emagrecer com saúde é o desafio de milhares de pessoas em todo o mundo. A obesidade, considerada o mal deste século, gera uma série de doenças que atingem igualmente, adultos e crianças.
Em 2001, você conheceu no Jornal Hoje, a cidade considerada a mais gordinha do Brasil. Na gaúcha Lagoa dos Três Cantos, 60% da população estava acima do peso ideal.
Uma notícia que chamou a atenção dos médicos e acabou mudando radicalmente a vida da comunidade. Lagoa dos Três Cantos fica na região norte do Rio Grande do Sul, um município com cerca de 1.600 habitantes, quase todos descendentes de alemães.
Obviamente, essa comunidade herdou uma culinária riquíssima em calorias. São muitos bolos, carnes fritas, embutidos. Tudo de dar água na boca e de pesar muito na balança.
Quando saiu a pesquisa, indicando que a cidade era a mais gorda do Brasil, o prefeito decidiu tomar providências. Contratou um cozinheiro que até se esforçou para convencer crianças e adultos a mudarem a dieta, mas saladas e peixes, como ele sugeria, não convenceram ninguém.
Médicos de São Paulo, que nesse dia assistiam ao Jornal Hoje, decidiram propor à prefeitura de Lagoa dos Três Cantos um projeto de dieta coletiva. Era simples: não precisava abrir mão de nenhuma das comidas típicas, bastava calcular a quantidade ingerida diariamente, assim, comendo só o que o organismo precisa, não tem jeito de engordar.
Durante dois anos, o projeto monitorou a comunidade que, além de aprender a comer menos, também aderiu aos exercícios físicos. O resultado: emagreceram juntos quase quatro toneladas. Terminado o projeto, nós decidimos voltar até lá para ver o que aconteceu.
O programa de emagrecimento terminou, mas uma coisa mudou na rotina de Lagoa dos Três Cantos. As refeições são mais equilibradas e a preocupação com a saúde virou uma lição pras novas gerações, é o caso da família Hoffmann.
No lanche da tarde, frutas, pão de centeio e nada de manteiga. Em vez da banha de porco, cozinhar agora, só com azeite. O marido de dona Noeli, se orgulha de estar dez quilos mais magro. “É bom pra saúde”.
Patrícia chegou a perder 14 quilos, voltou a ganhar uns quatro, e agora está feliz. “Eu não comia nada de frutas e verduras, tudo com o programa que eu aprendi. Aprendi a gostar”.
O povo é festeiro e cada festa é uma comilança. Dona Noeli que o diga! Ela e mais doze mulheres preparam o almoço que vai ser servido para muita gente. “A tradicional polenta frita, tem que fazer ela com muito carinho. Tudo bem levinho”.
Agora o cardápio tem salada também. Para muita gente na cidade, a tradição e os antigos hábitos são mais fortes e qualquer desculpa serve para driblar a dieta. “Não pode fazer dieta ao meio dia”, disse o agricultor Nelson Graff.
“Depois que eu comecei a engordar, meu marido, os meus filhos, todos engordaram e daí voltou o hábito antigo, a fritura a comilança de mais cuca, o pão”, disse a agricultora Rejane Fries.
A calça jeans, guardada há dois anos como um troféu pelo esforço que a fez perder trinta e cinco quilos, não existe mais. A enfermeira Indianara Maria Grando, que ajudou a implantar o programa de emagrecimento, acredita que uma nova mobilização ajudaria muita gente a continuar emagrecendo. “Desde a primeira vez que veiculou no Jornal Hoje a reportagem a respeito do índice obesidade e alto peso é que as pessoas começaram a se dar conta que alguma coisa tinha que ser feita”.
Para dona Vinita Weber e Marilene, filha dela, as caminhadas de uma hora por dia, hoje são indispensáveis. Juntas elas perderam 67 quilos e a dieta foi uma mudança de vida. “Troquei a quantidade pela qualidade”.

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24 de jul. de 2007

Emagrecer de forma saudável

Emagrecer com saúde é o desafio de milhares de pessoas em todo o mundo. A obesidade, considerada o mal deste século, gera uma série de doenças que atingem igualmente, adultos e crianças.
Em 2001, você conheceu no Jornal Hoje, a cidade considerada a mais gordinha do Brasil. Na gaúcha Lagoa dos Três Cantos, 60% da população estava acima do peso ideal.
Uma notícia que chamou a atenção dos médicos e acabou mudando radicalmente a vida da comunidade. Lagoa dos Três Cantos fica na região norte do Rio Grande do Sul, um município com cerca de 1.600 habitantes, quase todos descendentes de alemães.
Obviamente, essa comunidade herdou uma culinária riquíssima em calorias. São muitos bolos, carnes fritas, embutidos. Tudo de dar água na boca e de pesar muito na balança.
Quando saiu a pesquisa, indicando que a cidade era a mais gorda do Brasil, o prefeito decidiu tomar providências. Contratou um cozinheiro que até se esforçou para convencer crianças e adultos a mudarem a dieta, mas saladas e peixes, como ele sugeria, não convenceram ninguém.
Médicos de São Paulo, que nesse dia assistiam ao Jornal Hoje, decidiram propor à prefeitura de Lagoa dos Três Cantos um projeto de dieta coletiva. Era simples: não precisava abrir mão de nenhuma das comidas típicas, bastava calcular a quantidade ingerida diariamente, assim, comendo só o que o organismo precisa, não tem jeito de engordar.
Durante dois anos, o projeto monitorou a comunidade que, além de aprender a comer menos, também aderiu aos exercícios físicos. O resultado: emagreceram juntos quase quatro toneladas. Terminado o projeto, nós decidimos voltar até lá para ver o que aconteceu.
O programa de emagrecimento terminou, mas uma coisa mudou na rotina de Lagoa dos Três Cantos. As refeições são mais equilibradas e a preocupação com a saúde virou uma lição pras novas gerações, é o caso da família Hoffmann.
No lanche da tarde, frutas, pão de centeio e nada de manteiga. Em vez da banha de porco, cozinhar agora, só com azeite. O marido de dona Noeli, se orgulha de estar dez quilos mais magro. “É bom pra saúde”.
Patrícia chegou a perder 14 quilos, voltou a ganhar uns quatro, e agora está feliz. “Eu não comia nada de frutas e verduras, tudo com o programa que eu aprendi. Aprendi a gostar”.
O povo é festeiro e cada festa é uma comilança. Dona Noeli que o diga! Ela e mais doze mulheres preparam o almoço que vai ser servido para muita gente. “A tradicional polenta frita, tem que fazer ela com muito carinho. Tudo bem levinho”.
Agora o cardápio tem salada também. Para muita gente na cidade, a tradição e os antigos hábitos são mais fortes e qualquer desculpa serve para driblar a dieta. “Não pode fazer dieta ao meio dia”, disse o agricultor Nelson Graff.
“Depois que eu comecei a engordar, meu marido, os meus filhos, todos engordaram e daí voltou o hábito antigo, a fritura a comilança de mais cuca, o pão”, disse a agricultora Rejane Fries.
A calça jeans, guardada há dois anos como um troféu pelo esforço que a fez perder trinta e cinco quilos, não existe mais. A enfermeira Indianara Maria Grando, que ajudou a implantar o programa de emagrecimento, acredita que uma nova mobilização ajudaria muita gente a continuar emagrecendo. “Desde a primeira vez que veiculou no Jornal Hoje a reportagem a respeito do índice obesidade e alto peso é que as pessoas começaram a se dar conta que alguma coisa tinha que ser feita”.
Para dona Vinita Weber e Marilene, filha dela, as caminhadas de uma hora por dia, hoje são indispensáveis. Juntas elas perderam 67 quilos e a dieta foi uma mudança de vida. “Troquei a quantidade pela qualidade”.

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